Consciência e Universo


Os mistérios que a nossa consciência encerra já foi, e continua sendo, objeto de estudo de grandes filósofos e cientistas do passado e do presente. A física quântica tem trazido uma nova compreensão da realidade e de como a influenciamos. Com o experimento da dupla fenda de Young, o misterioso mundo do muito pequeno descortinou uma nova possibilidade: o átomo parece possuir um tipo de consciência.

Na experiência, a luz apresenta um comportamento distinto dependendo de como ela é observada, ora se comporta como partícula, ora como onda. Mas como ela sabe de que maneira está sendo observada? De alguma forma o observador altera a realidade observada. Essa é ainda uma questão sem solução na física.

No entanto, a partir desse fenômeno é possível abrir o leque de possibilidades nesse maravilhoso e misterioso Universo. Temos uma consciência, mas e nossos órgãos, células, não poderiam ter uma consciência menor? Nossos animais, os vírus e as plantas, também não? O senso comum nos indica que sim. Entretanto, se assim é para o menor, poderíamos também especular para o maior, na linha de um grande sábio do passado: "assim como em cima, é embaixo". Nós não podemos ser uma consciência menor de algo maior, como o planeta ou a natureza? O sistema solar não é uma pequena célula na Via Láctea?

O assunto intriga e fascina. A consciência não parece ser mais algo pertencente aos vivos, mas se dissemina por toda a matéria. E vivendo nesse mistério estamos nós homens, que tão pouco nos conhecemos, vagando a milhares de quilômetros por hora no infinito. E quanto mais aprofundamos o Universo e a Vida, sentimos algo de profundo nas palavras do templo de Delfos, propagada na voz de Sócrates há mais de 2500 anos: "Em ti está oculto o tesouro dos tesouros. Oh! Homem, conhece a ti mesmo e conhecerás o Universo e os deuses".

A Gestalt-terapia com propriedade defende ser a consciência, em termos simplificados, o ato contatante que o ocorre na fronteira do organismo com o ambiente. Nessa visão a consciência deixa de ser uma propriedade intrínseca de um organismo, mas é antes um fenômeno decorrente da interação do organismo com o meio circundante, através dos órgãos sensoriais.

As duas idéias se aproximam, mas nos levam a novas e profundas reflexões. Futuramente abordaremos mais detalhadamente esse tema.

Bom inicio de ano a todos!


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